quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Como restauradora...







A minha actividade surgiu de forma espontânea, o meu interesse por antiguidades, pela história de arte e pelo nosso património levou-me a procurar formação nesta área e frequentar cursos e Workshops acerca desta temática.
Os meus primeiros restauros foram feitos para amigos e familiares, depois surgiram outros trabalhos para instituições e para particulares. Aqui surgiu a necessidade de conhecer melhor técnicas antigas de manufactura das obras a restaurar e procurar preservar não só a integridade física da obra como todo o seu contexto histórico.
Com o intuito de prolongar a vida dos objectos que restauro sigo a metodologia e as normas do código deontológico inerentes à profissão.
Cada obra a restaurar é sempre um grande desafio, pois as técnicas de manufactura nem sempre respeitaram os cânones da época a que a peça diz respeito. A obra a restaurar deve ser observada como um elemento único e insubstituível, daí a importância da realização do estudo da peça a restaurar ou simplesmente a preservar.

Não devemos esquecer que a profissão de restaurador começou nas oficinas de pequenos e grandes artífices que com a sua sabedoria e conhecimentos ancestrais desenvolveram as técnicas e ajudaram a preservar as obras de arte. É claro que o mundo evoluiu e também as técnicas de restauro, os materiais, os diagnósticos e os procedimentos de preservação do nosso património, seja ele físico ou espiritual. Muito devemos à comunidade científica pelas experiências de resultados positivos que nos permitem no dia a dia decidir pelos materiais reversíveis e assim prolongar a vida das obras sem comprometer a sua integridade física. Esta é uma actividade que não devia ser desenvolvida de forma isolada, mas sim em parceria com diversas profissões e instituições. Na minha opinião a partilha de informação é a base do sucesso da profissão e mais ainda do sucesso da preservação da nossa cultura.

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